sexta-feira, abril 24


Mais uma vez a tristeza me devorou, o desespero predomina em todo o meu eu. O que as paredes deste quarto podem contar: entre lágrimas incontáveis e gritos inconfundíveis pouco mais. Sorrisos, segredos e sangue são os três ingredientes que constituem a alma deste abrigo. Chega! Uma voz grossa soa ecoante nos meus ouvidos penetrando o meu cérebro como que uma bala, uma porta entreaberta dá-me a descobrir todas as verdades nunca antes ditas. Aquilo que foi dito marcou e predominará para toda a minha vida. Questiono-me: o que virá no meu improvável futuro? Uma vontade de gritar ocupa todos os meus instintos, o coração está cansado de tal palpitação, a minha visão está incerta e a minha fala tremida.
O desespero ocupou todos os meus sentidos…
Um sorriso? Quero sorrir e não sei como fazê-lo. Quero acabar com tudo mas sinto que não tenho de o fazer. As memórias de alguns segundos de felicidade deixam-me no cais.
Mais uma vez, optei por manter esta simplória vida terrena na esperança de ter um minuto de intensa felicidade que compense toda uma vida de extasiante sofrimento..
As lágrimas dão lugar a uma convulsiva sede, algo dentro de mim se vai corroendo… na minha cabeça repetem-se aquelas palavras suicidas enquanto enquanto carrego este peso a mágoas infinitas.
A visão volta ao normal, consigo alcançar claramente o verdadeiro cenário que me rodeia.
Toda a minha suposta fé está depositada em algo ou alguém que nem eu sei o que é ou quem é.
Este fim pode vir a ser um novo início.

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