quarta-feira, março 24

Este texto não tem um início. Não sei como começar porque simplesmente não sei como começou. Mas marcou-me. E o mais engraçado de tudo é que este texto também não tem um assunto. Realmente grande estupidez, um texto não ter um assunto. Mas a vida é tão feita de assuntos e eu sinceramente estou a ficar farto.
Queria perceber como cheguei aqui, queria perceber como é que damos tanto de nós. E para quê? Deixamos de ser quem somos para conhecer quem não se deixa conhecer. Acreditamos que há a possibilidade de um dia conhecermos os outros. Acreditamos que há possibilidade de no dia em que formos carregados por quatro tábuas, perceberem antes de nós mesmos o descobrirmos. Acreditamos que tentam sentir da mesma maneira que nós sentimos. Mas é mentira.
Já dei tanto de mim, que esperava que no dia em que deixasse de existir tu fosses a primeira pessoa a dizer-mo. Espero um dia dar-te tudo o que tenho e tu reconheceres isso. Gostava, nem que fosse apenas por um dia, ser eu a moldar as nossas vidas da mesma maneira que tu o tens feito todo este tempo. Mas isto são apenas esperanças. E o que é a esperança? Nada. Absolutamente nada. Aquilo que acontece por muito feliz ou infeliz que seja não aconteceu por acreditarmos nisso, aconteceu porque havia essa possibilidade. Mas cada vez menos eu acredito nas nossas possibilidades.



[Inspiração: Possibility- Lykke Li]

3 comentários:

  1. Somos o erro que renega a perfeição.
    Somos o nada, de mãos dadas entre o sim e o não.
    Arranhamos o corpo em caminhos vadios.
    E, no fim, sussurras ao ouvidos dos outros aquilo que, para eles soam a zumbidos.

    Ju
    Amo-te <3

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  2. De nada :)
    Amei este texto, mesmo!

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