sexta-feira, fevereiro 7

o que fica do que passa.

é difícil escrever quando parece que não há nada para dizer. quando tudo parece tão claro na minha cabeça- ou pelo contrário, tudo está tão turvo. mas bem arrumado. como um rascunho: está para lá arrumadinho, uma folha começada a escrever mas que se deixa na gaveta "por enquanto", dizemos nós. pensamos nós... 

torna-se mais fácil digerir a realidade quando interiorizamos a ideia de que existem episódios, vivências, pessoas,... que não acabaram ainda. e quem é que pode negar isso? quem é que consegue convencer-me de que, realisticamente, acabou? o mundo é tão grande mas, ao mesmo tempo, tão pequeno - que somos mais do que livres e permitidos a pensar que aquela conversa afinal não ficou a meio. aquele café ainda vai acontecer. e aquela pessoa não é só uma memória. somos livres e permitidos para tal. ou pelo menos permito-me a isso: a pensar que amanhã vou terminar todos aqueles rascunhos. ou que pelo menos, amanhã estou um dia mais perto de terminar o rascunho ; de terminar a tal conversa, de tomar o tal café e de abraçar a tal pessoa.
a tal pessoa


Salamanca, 2013/14
rf

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