domingo, março 30

insónia | 04.30

há dias em que nascem silvas dentro de mim.
sim, silvas. agudas, grandes. daquelas crónicas - que os jardineiros tentam matar de raíz mas que nascem seja noite ou seja dia. crescem clandestinamente - sem qualquer permissão.
que se reitere que me refiro ao nosso inconsciente. e também ao consciente que tanto se aloja em nós, sem muitas vezes dar-mos conta. 
estas fazem-se sentir em noites de tempestade; tempestade mental. 
esta está a ser uma noite de insónia, em que nada apazigua: nem o quente de uma almofada, enquanto uma tempestade range lá fora. enquanto o ponteiro do relógio dança - dança sem parar - as silvas alojam-se; começam a incomodar. eu coço, mas a ferida só alastra.

alguém que me empreste uma alma, por favor. a minha tem silvas. e o jardineiro está de folga.

1 comentário:

  1. às vezes não a necessidade um jardineiro em peso para fazer desprender as silvas que nos afeiçoam ao fundo da nossa alma. Há um veneno na nossa consciência que mata a crueldade desse bicho enfadonho. Está no simples gesto de colocar o veneno no sitio certo, e não no local errado. As vezes se colocarmos esse veneno no local errado, as silvas irão crescer cada vez mais. Assim como arranca-las. É inútil fazê-lo, o arrancar. Seria um desperdiço pois assim elas voltam a nascer. O essencial é matar com veneno. O veneno de cada um. Está lá, pode estar é em pequena quantidade, e tu ainda não deste partido dele. -af

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