todas as palavras de despedida que hoje ouvi, ecoam, e portanto não escrevo ao som de nenhuma música como sempre faço: porque hoje o silencio celebra a minha deadline.]
bem que posso escrever o quanto não quero sair daqui. não importa, as palavras são para mim o maior poder que temos, mas não páram o tempo, nem mudam o amanhã. o amanhã para mim já é fora da deadline.
as deadline, meu deus. como as detesto: stressam, atrapalham, paralisam. hoje senti-me mais paralisado que nunca.
foram seis meses a trabalhar sempre com a obrigação de ter feita uma mensagem naquele segundo, para que milhões a vejam, a leiam e a oiçam. e recordo as centenas de momentos em que via o relógio passar e uma hora de entrega. assim foi, e na verdade foi o melhor que até hoje me podia ter acontecido. mas que acabou, porque hoje foi a hora de entregar a mensagem que menos queria deixar: o adeus.
mas o bom das deadline é que nos fazem desafiar e proativar alguém que nem sabemos que existe dentro de nós.
parto assim, a saber mais de mim mesmo, dos outros e do mundo. e com a lição de que uma deadline pode ser detestável mas que nos deve permitir usufruir de cada segundo antes de algo ir
rf
last day in lisbon 20.11.2014
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